Biografia de Aleister Crowley


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A história de vida do Profeta do Novo Æon

Primórdios de Vida

Aleister Crowley nasceu em 12 de Outubro de 1875 e.v., no nº 36 da Claredon Square, cidade de Warwickshire, Inglaterra. Seu nome de batismo era Edward Alexander Crowley e nasceu como membro de uma família rica e religiosa, sendo seu pai um destacado Irmão de Plymouth e pregador leigo. Desde cedo mostrou-se rebelde a ponto de receber de sua mãe o apelido de “Besta de Apocalipse” chegando mudar seu nome para Aleister (forma gaélica de Alexander) apenas para não ter o mesmo nome do pai, o qual morreu quando Crowley tinha 11 anos.

Matriculado na Universidade de Trinity, Cambridge, em 1895 e.v., abandonou–a pouco antes de concluí–la. Sua ideia inicial era seguir carreira diplomática mas a certo momento percebeu que tal carreira não condizia com seus planos de se tornar uma figura publicamente admirada e ter seu nome imortalizado. Com temperamento forte e paixões tão diversas como a poesia, o xadrez e o alpinismo, embora talentoso em todas elas, não foi como exímio novelista, artista, filósofo ou montanhista que Crowley de fato se consagrou, mas como o homem que revolucionou o Ocultismo e a Magia no séc. XX.

O Envolvimento com a Magia

A leitura do livro de Carl von Eckrtshausen, “A Nuvem sobre o Santuário”, despertou–lhe a curiosidade quanto a ideia de uma sociedade secreta de grandes iniciados. Crowley definiu a si o objetivo de conquistar seu lugar entre tais homens. Esse caminho o levou a travar contato com a Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn), clássica ordem europeia que reunia e sintetizava ensinamentos diversos, como Cabala, Rosacrucianismo e Yoga.

Em 1898 e.v., aos 23 anos de idade, Crowley foi iniciado na Golden Dawn com o motto (nome mágicko) de “Perdurabo” – do latim, “eu perdurarei até o fim”. No ano seguinte ele comprou a Mansão de Boleskine, no Lago Ness, no intento de usá–la para obter o contato e conversação com seu Sagrado Anjo Guardião, através do Ritual de Abramelin. Perdurabo em pouco tempo cresceu na Golden Dawn, em estrita proximidade com membros célebres como S. L. MacGregor Mathers, líder da Ordem, com quem depois rompeu, e Allan Bennet, com quem aprendeu e treinou Yoga em 1902 e.v. no Ceilão (atual Sri Lanka).

Durante este período, que incluíram brigas internas da Ordem e por fim o desligamento de Crowley, ele acabou vivendo um período de ceticismo e apatia em relação à Magia. De acordo com seus registros, embora tendo atingido consecuções espirituais e a realização de diversos feitos mágickos, perguntava–se para que serviria tudo isto, vendo–os com indiferença.

Em 1903 e.v., Crowley retornou a seu lar em Boleskine, onde se casou com Edith Rose Kelly, irmã do pintor real Sir Gerald Kelly.

A Escritura do Livro

Para surpresa de Crowley, Rose Kelly revelou–se uma clarividente. Após o casamento, viajaram em lua de mel ao Egito, onde se daria a mais importante experiência da vida de Crowley, começando em março de 1904 e.v e estendendo–se até abril. Há algum tempo ele tentara o contato com o seu Sagrado Anjo Guardião, mas foi através da mediação de sua esposa que ele julgou ter sucesso.

De acordo com seus registros, enquanto ele tentava despretensiosamente (e sem sucesso), através do Ritual do Inascido, invocar silfos para divertir sua esposa, ela entrou em transe e anunciava: “Eles estão esperando por você!”. Como se um canal houvesse sido aberto, investigando nos dias seguintes, lhe foi revelado que quem esperava por ele era o antigo deus egípcio Hórus, e que Crowley deveria invocá–lo. Cético em relação à clarividência de sua esposa, iniciou uma série de testes para verificar o grau de veracidade desta comunicação. Após responder corretamente uma série de perguntas cujas respostas Rose Kelly não poderia ter conhecimento prévio, ele a levou ao Museu Boulaq, onde, após passarem por várias imagens de Hórus, ela apontou para uma estela (placa de pedra funerária egípcia, retangular e com o topo curvo, contendo imagens e inscrições) que não podia ser muito bem vista do ponto onde se encontravam.

Quando examinada, a estela (hoje conhecida como Estela da Revelação) apresentava uma imagem de Hórus e, para espanto de Crowley, estava catalogada com o número 666. Crowley adotara o 666 como seu número pessoal como rebelião contra a religião de sua família há muito tempo atrás.

Após invocar Hórus, Crowley alcançou seu objetivo. Nos dias 8, 9 e 10 de abril de 1904 e.v., recebeu e transpôs para o papel, de uma entidade que se identificava como Aiwass, o texto do Liber AL vel Legis, o Livro da Lei. Mais tarde, Crowley considerou que Aiwass era o seu Sagrado Anjo Guardião. Este livro tornou–se o foco da filosofia de Crowley, mesmo que ele o tenha rejeitado a princípio. Durante algum tempo ele deixou o documento de lado, esquivando–se de sua revelação e chamado.

Por fim, tendo aceitado o Livro da Lei e vindo a dedicar o resto de sua vida ao trabalho na Lei de Thelema, nomeou–se o Profeta do Novo Éon, anunciando o fim da Era de Osíris e o início da Era de Hórus: um novo começo para a Humanidade, quando a fórmula mágica do deus paternal que exige obediência e penitência seria abandonada em prol da fórmula do deus criança, Hórus, que anuncia a chegada de uma era de liberdade, experimentação e realização íntima.

O Profeta de Uma Nova Era

Após a escritura do Livro da Lei, Crowley, em seu estilo pomposo de ser, escreveu uma carta a Mathers, onde anunciava o Equinócio dos Deuses e que havia forjado um novo elo místico com os Mestres Secretos, tornando-se assim a suprema autoridade mágica. Isto, naturalmente foi o estopim de um novo duelo mágico, do qual Crowley aparentemente saiu vitorioso.

De acordo com ele, Mathers enviou uma de suas discípulas, uma vampira que teria se apresentado como “uma mulher jovem, de beleza enfeitiçante”, mas da qual teria sido capaz de defender-se, “transformando-a em uma feia mulher sexagenária, curvada e decrépita”. Mathers então teria enviado uma “corrente de malignidade” que teria matado os cães de Crowley e adoecido seus empregados. Crowley teria retaliado conjurando as forças do demônio Beelzebub e seus 49 servos. Após este ato, as ações de Mathers teriam cessado. Anos depois, após a morte de Mathers por gripe muitos acreditaram que ele teria sido assassinado por magia.

Não está muito claro por que, após o encontro com Aiwass e a suposta batalha com Mathers, Crowley aparentemente perdeu o interesse pela magia durante vários anos. Em 1905 e.v. ele foi membro de uma expedição fracassada ao Himalaia, na qual vários componentes perderam a vida. Passou vários anos viajando pela China, Canadá e Estados Unidos, acompanhado ou não de sua esposa e filha, Lola Zaza. Retornando de uma de suas viagens solitárias, porém, recebeu a chocante notícia que sua amada filha havia morrido de tifo em Rangoon (Índia).

Em 1907 e.v. Crowley fundou a Astrum Argentum (A∴A∴), a Ordem da Estrela de Prata, primeira organização centrada no Livro da Lei, cujo manuscrito abandonado havia sido redescoberto. Em 1909 e.v. começa a publicação do “The Equinox” , órgão oficial da A∴A∴ cuja publicação era feita nos Equinócios de Primavera e Outono, sendo a maioria dos artigos de autoria do próprio Crowley.

Neste mesmo ano ele divorciou-se de Rose Kelly, então uma alcoólatra. O divórcio permitiu que Crowley mergulhasse em seu caminho de magia, pontilhado por drogas e mulheres, sem as restrições de uma vida marital.

É interessante notar que Crowley afirmava ser a reencarnação do ocultista Eliphas Levi, o qual morrera no ano de seu nascimento. Na discriminação de suas vidas passadas também arrolou o Conde Cagliostro, um ocultista do Séc. XVIII, fundador do Rito Maçom Egípcio, bem como Alexandre VI, o notório Papa Bórgia, e Edward Kelley, o vidente que junto ao mago elisabetano John Dee, havia criado o sistema Enochiano de magia.

Crowley e a Ordo Templi Orientis

Em 1910 e.v. Crowley foi contatado por Theodor Reuss, líder da Ordo Templi Orientis. Reuss o acusava de haver publicado o segredo do Grau IX° da O.T.O. Uma conversa entre os dois mostrou que uma passagem publicada por Crowley em Liber 333 – O Livro das Mentiras, havia incitado os líderes da O.T.O. a acreditarem que Crowley era um praticante de magia sexual e que havia escancarado o que era um segredo da Ordem. Pouco depois ele se uniu à O.T.O. e, em 1912 e.v., tornou–se o líder da Ordem para os países de língua inglesa.

A filosofia de Thelema encantara Reuss, e a incorporação do Livro da Lei abriu alas dentro da Ordem. Em outubro 1918 e.v., uma substancial mudança da estrutura da Ordem viria a substituir de vez os ideais maçônicos pelo Thelêmico, quando Crowley foi autorizado a rever os rituais, símbolos e métodos da O.T.O.

Em março de 1919 e.v., Crowley publicou em “The Equinox, Volume III, No. I” (o “Equinox Azul”) uma série de importantes documentos da O.T.O., incluindo:

  • Liber LII: O Manifesto da O.T.O.
  • Liber CXCIV: Uma Intimação a Respeito da Constituição da Ordem
  • Liber CI: Uma Carta Aberta a Todos os Que Desejarem Unir-se à Ordem
  • Liber CLXI: Sobre a Lei de Thelema
  • Uma versão revisada do Liber XV: A Missa Gnóstica

Assim, portanto, a Ordo Templi Orientis foi a primeira ordem do Velho Éon a aceitar a Lei de Thelema e adequar sua fórmula ao Éon de Hórus.

A Abadia de Thelema em Cefalú

Após a Guerra, Crowley teve uma filha, Poupee, com Leah Hirsig (conhecida como Mulher Escarlate) e, em 1920 e.v., fundou a Abadia de Thelema na cidade de Cefalú, localizada na ilha italiana da Sicília.

A Abadia logo tornou-se conhecida como um “antro de insanidade”. O vício de Crowley em heroína e cocaína mostrou-se fora de controle. Aqui ele escreveu o livro “Diary of a Droug Fiend” (Diário de um Viciado), onde conta sua luta contra o vício através de uma novela onde sua pessoa divide-se em um casal com este mesmo objetivo. Entretanto foi lá que a tragédia abateu-se novamente sobre ele, com a morte de Poupee enquanto Crowley viajava por Londres, Paris e a Abadia. Foi também quando um de seus seguidores, Raoul Loveday, morreu em consequência da água impura do local.

Com isto o destino da Abadia estava selado. A esposa de Loveday, Betty May, vendeu sua história ao tabloide londrino The Sunday Express. Os jornais encheram-se de reportagens sobre magia negra e outros atos escandalosos supostamente realizados na Abadia. Estas reportagens levaram o ditador Benito Mussolini a expulsar Crowley da Itália em 1923 e.v.. De lá Crowley mudou-se para a Tunísia e depois para a França, onde lutou bravamente contra seu vício de anos em heroína. Da França mudou-se para a Alemanha, voltando depois para a Inglaterra, onde passou seus últimos quinze anos.

Em 1955 e.v. o cineasta Kenneth Anger rodou um curto documentário sobre a Abadia de Thelema, que havia sido exorcizada após a partida de Crowley. Os murais que Crowley havia pintado tinham recebido uma grossa camada de tinta branca por cima, a qual teve de ser retirada para revelar esta e outras evidências físicas da passagem de Crowley pelo local.

Em 1925 e.v. deu-se a eleição de Crowley como líder mundial da O.T.O.. A não aceitação desta liderança — e da implantação de Lei de Thelema na Ordem — levou muitos membros a fundarem uma dissidência, conhecida como O.T.O. Antiqua (não Thelêmica). Em 1929 e.v. deu-se a publicação do livro “Magick: In Theory and Practice”.

Os Últimos Anos

A década de 40 apresentou um ressurgimento de Crowley. Junto com Lady Frieda Harris, cria e publica seu baralho de Tarot, o Livro de Thoth. Em 1942 e.v. publicou o Liber OZ na forma de um manifesto da O.T.O.

Crowley casou-se em Londres pela segunda vez, com sua amante, Maria Tereza de Miramar, no mesmo ano em que eles, juntamente com seu amigo e secretário Israel Regardie foram expulsos da França, 1929 e.v.. No ano seguinte encontrou-se, em Portugal, como o poeta Fernando Pessoa, que havia lido seu livro “Confessions of Aleister Crowley: An Autobiography” e ficado encantado.

Em 1934 e.v. Crowley envolveu-se em um processo judicial contra a Nina Hamnett e Constance & Co., o qual perdeu. Isto acabou levando-o à falência no ano seguinte. Foi durante este processo que um juiz rotulou-o como sendo “o pior homem na face da Terra”.

Em 1939 e.v. publicou “Eight Lectures on Yoga”. A década de 40 apresentou um ressurgimento de Crowley. Junto com Lady Frieda Harris, cria e publica seu baralho de Tarot, o Livro de Thoth. Em 1942 e.v. publicou o Liber OZ na forma de um manifesto da O.T.O.. A partir de 1945 passou a viver em Hastings, sul da Inglaterra onde recebeu novos discípulos como Kenneth Grant, John Symonds e Grady McMurty. Foi neste período em que foram escritas as cartas que foram posteriormente publicadas no volume “Magick Without Tears”.

Crowley morreu em 1º de dezembro de 1947, vítima de bronquite crônica e problemas cardíacos em sua casa na cidade de Hastings. A lenda que diz terem sido suas últimas palavras “eu estou perplexo”, não passa disso, uma lenda, pois Crowley morreu sozinho em seu quarto. No dia 5 de dezembro seu corpo foi cremado em Brighton, em uma cerimônia assistida por amigos, admiradores e discípulos.

Crowley e a Maçonaria

É assunto controverso o envolvimento de Aleister Crowley com a Maçonaria. Nenhuma prova documental foi apresentada até este momento que confirmasse ou negasse que ele tenha participado desta Ordem. Entretanto, no livro “Confessions”, ele afirma ter sido iniciado ao Grau 33º do Rito Escocês durante sua estada na Cidade do México (pelas mãos de um suposto Don Jesus Medina) e em outro rito (não identificado) em Paris. Neste livro Crowley dá também a entender que possuía ligações com vários outros Ritos, tendo chegado a ocupara altos postos em alguns e mesmo sido encarregado de tentar restaurar a maçonaria cuja decadência era, segundo ele, óbvia para qualquer membro inteligente.

Não se sabe ao certo se estas declarações são verdadeiras ou não. De fato, não há registros de sua passagem por nenhum Rito maçônico ou mesmo de seu iniciador. O que se nota é que Crowley tinha, por certo, um extenso e profundo conhecimento da Maçonaria, não apenas de seus rituais e práticas mas também das formas de agir (éticas ou anti-éticas, principalmente estas) de seus membros, o que levou a uma série de críticas contundentes de sua parte contra esta Ordem.

Nomes mágickos

Crowley assumiu alguns nomes mágickos para expressar o estágio iniciático no qual se encontrava. Foram eles:

  • Perdurabo (“Eu perdurarei até o fim”) – Néofito da A.·.A.·.
  • Parzival – Adeptus Minor da A.·.A.·.
  • Ol Sonuf Vaoresaji (“Eu reino sobre ti”) – Adeptus Major da A.·.A.·.
  • Ou Mh (O.M.—” Não, definitivamente não! ou Não Ainda!”) – Adeptus Exemptus da A.·.A.·.
  • Vi Veri Vniversum Vivus Vici (V.V.V.V.V.—”Pela força da verdade, eu, enquanto vivo, conquistei o Universo”) – Magister Templi da A.·.A.·.
  • To Mega Therion (“A Grande Besta”) – Magus da A.·.A.·.
  • Baphomet como X° na O.T.O.
  • Ankh-af-na-Khonsu
  • Khaled Khan

Livros

Crowley deixou uma série de livros, ensaios, rituais, cerimônias e um incontável número de cartas pessoais ou para jornais. Ele também era poeta, crítico, cronista e colunista, além de ter escrito romances e peças.

Alguns de seus livros são:

  • 777 e outros escritos Qabalísticos
  • AHA (Liber CCXLII/242)
  • O Livro das Mentiras (Liber CCCXXXIII/333)
  • Confissões de Aleister Crowley
  • Moonchild (Liber LXXXI/81)
  • Equinox, The —Volume I, Números 1-10
  • Equinox, The —Volume III:
    • No. 1, “The Blue Equinox”
    • No. 2, Nunca lançado
    • No. 3, O Equinócio dos Deuses
    • No. 4, Oito lições de Yoga
    • No. 5, O Livro de Thoth
    • No. 6, Liber Aleph
    • No. 7, Shih Yi
    • No. 8, Tao Teh King
    • No. 9, Os Livros sagrados de Thelema
    • No. 10, “Publicação da O.T.O.”
    • Equinox, The—Volume IV:
    • No. 1, Comentários dos Livros Sagrados
    • No. 2, A Visão e a Voz
    • Magick (Liber ABA, Book 4) —Parte I–IV
    • Parte I – Misticismo
    • Parte II – Magick (Teoria Básica)
    • Parte III – Magick em Teoria e Prática
    • Parte IV – Thelema, A Lei

Importância para o Ocultismo

Crowley é considerado por muitos como o mais importante representante do Ocultismo no século XX. Com certeza este é um título que ele merece porém não pelos motivos que normalmente são considerador. A grande importância de Crowley para a magia não está no Livro da Lei, na Astrum Argentum ou na Ordo Templi Orientis; ainda que haja uma estreita ligação entre estes fatores e sua contribuição. Mais importante do que organizações ou mesmo do que Thelema foi a visão de Crowley da magia não como uma derivação da fé ou como o resultado de misticismo ou crendices. Ao definir a magia como “a arte e a ciência de se causar mudanças de acordo com a vontade” ele deu aos seguidores das artes ocultas a noção de que não se podia exercer realmente a magia sem um procedimento determinado, um disciplina restrita e um foco a ser alcançado.

Esta visão de Crowley da magia como algo que deveria ser investigado e tratado com o mesmo rigor de qualquer ciência de cunho técnico veio posteriormente a mostrar influências em homens como I. Regardier, que realizaram a essencial aproximação entre a magia e a Psicologia.

Importância Cultural

É inegável que a importância de Crowley para o ocultismo é inigualável. Poucos praticantes de magia podem gabar–se de ter mudado o mundo ocultista da mesma forma que ele. Seus preceitos encontram–se presentes em várias tradições mágicas modernas, mesmo as que não seguem a Lei de Thelema, tais como a Wicca, baseada na obra de Gerald B. Gardner, e até a Cientologia de L. Ron Hubbard, ambos ex–discípulos de Crowley.

Ele também foi reinterpretado à luz dos movimentos beat, hippie, punk e da rebelião da contracultura. O jornal londrino Sunday Times o nomeou uma das mil pessoas que fizeram o século XX.Muitos movimentos culturais também foram influenciados por ele. Desde o cinema, na figura de Keneth Anger, à música (há uma foto dele em no disco dos Beatles “Sargent Pepper`s Lonely Hearts Club Band”). Grupos musicais como o Black Sabbath, o Led Zeppelin e os Rolling Stones também colocam as obra de Crowley como fonte de influência. Nas artes plásticas o pintor H. R. Giger pode ser citado como um de seus inúmeros admiradores. Na literatura podemos citar a obra de Aldous Huxley, W. Somerset Maugham e Robert A. Heinlein.

No Brasil é importante salientar a obra musical de Raul Seixas, onde o nome e as palavras de Crowley surgem de forma explícita. Além disto, outros músicos já se confessaram admiradores de Crowley, como Renato Russo e Rita Lee.

Fontes

  • CROWLEY, A.; SYMONDS, J. (Ed.); Grant, K. (Ed.). The Confessions of Aleister Crowley: An Autobiography. Londres: Penguin Books, 1989.
  • CROWLEY, A.; WADDELL, L.; HYMENAEUS BETA (Ed.) Magick: Book 4, Liber Aba (Magick Bk. 4) (Bk.4). 2. ed. rev. Newburyport: Weiser Books, 1974.
  • CROWLEY, A. The Equinox of The Gods: The official organ of the A.·.A.·. Nova Iorque: Gordon Press, 1974.
  • HYMENAEUS BETA XII°. Aleister Crowley. U.S. Grand Lodge, Ordo Templi Orientis, [S.I.]: Ordo Templi Orientis, Grande Loja dos EUA, [s.d.]. Disponível em: <https://www.oto-usa.org/crowley.html>. Acesso em: 12/04/2010.
  • SABAZIUS X°. History of Ordo Templi Orientis. U.S. Grand Lodge, Ordo Templi Orientis, [S.I.]: Ordo Templi Orientis, Grande Loja dos EUA, [s.d.]. Disponível em: <https://www.oto-usa.org/history.html>. Acesso em: 12/04/2010.
  • SUTIN, L. Do What Thou Wilt: A Life of Aleister Crowley. Nova Iorque: St. Martin’s Griffin, 2002.
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