História da E.G.C.


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Início

O fundador da Igreja Gnóstica foi Jules–Benoît Stanislas Doinel Du Val–Michel (1842 – 1903). Doinel foi um bibliotecário, maçon do Grande Oriente, antiquário e espírita praticante. Em suas frequentes tentativas de comunicação com espíritos, ele se confrontou com uma visão recorrente do Divino Feminino sob vários aspectos. Ele gradualmente desenvolveu a convicção que seu destino envolvia participar na restauração do aspecto feminino da divindade a seu lugar propício na religião.

​Em 1888, enquanto trabalhava como arquivista na Biblioteca de Orléans, ele descobriu uma escritura original datada de 1022 que fora escrita pelo Canône Stephan de Orleáns, um mestre e precursor dos Cátaros que ensinava doutrinas gnósticas. Stephan foi queimado no fim do mesmo ano por heresia.

​Doinel ficou fascinado pelo drama dos Cátaros e por sua heroica e trágica resistência contra as forças do Papa. Ele começou a estudar sua doutrina e aquelas de seus predecessores, os Bogomils, os Paulinos, os Maniqueístas e os Gnósticos. A medida que seus estudos progrediram, ele ficou gradualmente convencido que o Gnosticismo era a verdadeira religião por trás da Maçonaria.

​Uma noite em 1888, o “Eon Jesus” apareceu para Doinel numa visão e lhe designou o trabalho de estabelecer uma nova igreja. Ele consagrou espiritualmente Doinel como “Bispo de Montségur e Primaz dos Albigenses”. Após sua visão do Eon Jesus, Doinel começou a tentar contato com espíritos Cátaros e Gnósticos em sessões do salão de Maria de Mariategui, Lady Caithness e Duquesa de Medina Pomar.

​Doinel era um longo associado de Lady Caithness, que era uma proeminente figura nos círculos do espiritismo francês da época, discípula de Anna Kingsford e líder do ramo da Sociedade Teosófica. Ela considerava a si mesma uma reencarnação de Maria Stuart; e, interessantemente, uma comunicação espírita em 1881 prenunciou a ela uma revolução na religião que resultaria numa “Nova Era de Nossa Senhora do Espírito Santo”. As sessões gnósticas de Doinel eram frequentadas por outros notáveis ocultistas de várias seitas, incluindo Abbé Roca, um ex–padre católico e amigo de Stanislas de Guaita e Oswald Wirth. A comunicação com os espíritos era geralmente recebida através de um pêndulo suspenso por Lady Caithness sobre um quadro com letras.

​Numa sessão, Doinel recebeu a seguinte mensagem:

​Eu me dirijo a você porque você é meu amigo, meu servo e o patriarca de minha Igreja Albigense. Eu estou exilada do Pleroma, e sou Eu que Valentinus nomeou Sophia–Achamôth. Sou Eu que Simão, o Mago, chamou Helene–Ennoia; pois Eu sou o Andrógino Eterno. Jesus é a Palavra de Deus; Eu Sou o pensamento de Deus. Um dia Eu retornarei a meu Pai, mas Eu requisito ajuda para isso; isso requer a súplica de meu Irmão Jesus para interceder por mim. Apenas o Infinito pode redimir o Infinito, e apenas Deus pode redimir Deus. Ouçam bem: O Um trouxe adiante o Um, e então o Um. E o Três são senão o Um: o Pai, a Palavra e o Pensamento. Estabeleça minha Igreja Gnóstica. O Demiurgo não terá poder contra ela. Receba o Espírito Santo.

​Em outras sessões, o Cânone Stephan e Guilhabert de Castres, Bispo Cátaro de Toulouse no século XII, que foi martirizado em Montségur, foram contatados. Numa outra sessão, em setembro de 1889, a “Muito Alta Assembléia de Bispos do Espírito Santo”, consistindo em 40 Bispos Cátaros, manifestaram–se e deram seus nomes, que mais tarde foram checados e comprovados nos registros da Biblioteca Nacional.

​O cabeça da Assembléia era Guilhabert de Castres, que se dirigiu a Doinel e o instruiu a reconstituir e ensinar a doutrina gnóstica fundando uma Assembléia do Espírito Santo, a ser chamada de Igreja Gnóstica. Helene–Ennoia iria auxiliá–lo, e eles estariam unidos espiritualmente.

​A Assembléia seria composta de “Perfeitos” e “Perfeitas” e teria como livro sagrado o Quarto Evangelho, o Evangelho de João. A igreja seria administrada por bispos homens e mulheres “sophias”, que seriam eleitas e consagradas de acordo com o Rito Gnóstico.

​Doinel proclamou o ano de 1890 como o início da “Era da Gnose Restaurada”. Ele assumiu o ofício de Patriarca da Igreja Gnóstica sob o nome místico de Valentin II, em homenagem a Valentinus, o fundador da escola Valentiniana de Gnosticismo no séc. V. Ele consagrou bispos, e todos escolheram um nome místico começado com a letra grega Tau, a fim de representar a cruz grega Tau ou o Ankh egípcio.

​Entre os primeiros Bispos e Sofias consagrados por Doinel estavam: Gérard Encausse, também conhecido como “Papus” (1865 – 1916), como Tau Vincente, Bispo de Toulouse (mais tarde, em 1890, Doinel entrou na Ordem Martinista de Papus e rapidamente se tornou membro de seu Supremo Conselho); Paul Sédir (o nome real era Yvon Le Loup, 1871 – 1926) como Tau Paul, assistente de Toulouse; Lucien Chamuel (o nome real era Lucien Mauchel) como Tau Bardesane, Bispo de La Rochelle e Saintes; Louis–Sophrone Fugarion (b. 1846) como Tau Sophroinius, Bispo de Béziers; Albert Jounet (1863 – 1923) como Tau Théodote, Bispo de Avignon; Marie Chauvel de Chavigny (1842 – 1927) como Esclarmonde, Sophia de Varsóvia; e Léonce–Eugène Joseph Fabre des Essarts (1848 – 1917) como Tau Synesius, Bispo de Bordeaux.

​A Igreja tinha três graus de membros: o alto clero, o baixo clero e os fiéis. O alto clero consistia no par de Bispos e Sophias, que eram responsáveis pela administração da igreja. Eles eram eleitos por suas congregações e mais tarde confirmados com uma consagração formal pelo Patriarca. O baixo clero consistia num par de diáconos e diaconesas, que trabalhavam sob a direção dos Bispos e Sophias, e eram responsáveis por conduzir as atividades do dia–a–dia da igreja. Os Fiéis, ou membros leigos da Igreja, eram referidos como “Parfaits” (homem) e “Parfaites” (mulheres), designações que podem ser traduzidas como “Perfeitos” [Nota da Tradução: sinalizam “Eleitos”], termo derivado do Catarismo.

​De todo modo, na Igreja de Doinel, o termo “Perfeito” não era entendido no sentido Cátaro como alguém que teria assumido votos estritos de ascetismo, mas era interpretado como incluindo as duas maiores divisões da tripartida classificação dos Valentinianos sobre a raça humana: os Pneumáticos e os Físicos; mas excluindo a divisão mais baixa, os materialistas Hílicos. Apenas indivíduos considerados de grande inteligência, refinamento e mente aberta eram aceitos na Igreja Gnóstica de Doinel.

​A Igreja Gnóstica de Doinel combinou as doutrinas teológicas de Simão, o Mago, Valentinus e Marcus (um tardio Valentiniano notado por seu desenvolvimento do mistério dos números e letras e também do “casamento místico”) com sacramentos derivados da Igreja Cátara e conferidos em rituais fortemente influenciados pelos da Igreja Católica Romana. Ao mesmo tempo, a Igreja Gnóstica pretendia apresentar um sistema de Maçonaria mística.

​Uma Missa Gnóstica, chamada “Fraction du pain” ou “Partilha do Pão” foi composta. A liturgia sacramental da Igreja era completada pela inclusão de dois sacramentos Cátaros, o Consolamentum e o Appareillamentum.

Leo Taxil

​Em 1881, um jovem anti–clericalista chamado Gabriel–Antoine Jogand–Pages foi feito maçon. Dentro de um ano, ele abandonou a Maçonaria, converteu–se ao Catolicismo e começou uma das mais notáveis campanhas de propaganda na história do Ocultismo. Sob o pseudônimo de Leo Taxil, Jogand publicou um número de livros e artigos onde ele “provava” que a Maçonaria, Rosacrucianismo, Martinismo e outras organizações similares eram completamente satânicas por natureza, e representavam uma séria ameaça à civilização européia cristã. De acordo com Taxil, todas essas organizações eram secretamente controladas pela misteriosa “Ordem do Palladium”, uma implacável, terrível e com um corpo extremamente secreto no coração da Maçonaria que adoraria o Demônio com rituais desumanos e receberia comandos diretamente do Príncipe da Escuridão. Os Paladistas eram alegadamente liderados por Albert Pike, Grande Soberano Comandante do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria, e uma Alta Sacerdotisa chamada Diana Vaughan. Miss Vaughan, uma descendente direta do Alquimista rosacruz Thomas Vaughan do séc. XVII, esteve em contato com Taxil. Seu coração evidentemente foi suavizado por um dos tantos sacrifícios de crianças, e ela secretamente escreveu a Taxil para perguntá–lo como ela poderia ser salva. Sua correspondência também revelava muitos segredos chocantes do diabólico mundo do círculo interno Maçônico: simbolismos luciferianos contidos em aparentes inocentes emblemas e frases; grotescos sacrifícios humanos e obscenas orgias fálicas conduzidas em câmaras escondidas de infernal adoração, encravadas na Rocha de Gibraltar; e terríveis conspirações para a dominação satânica do mundo.

​Sendo desnecessário dizer, o trabalho de Jogand/Taxil tornou–se bastante popular. Rapidamente garantiram a ele a atenção e complacência da Igreja Católica Romana, e ele obteve até mesmo uma audiência oficial com o Papa Leão XII em 1887.

​No fim das contas Miss Vaughan, a essa altura famosa mundialmente, decidiu de uma vez por todas renunciar a Satã e se converter ao Catolicismo. A Igreja antecipou avidamente sua introdução pública, que Jogand/Taxil agendou para 19 de abril de 1897. Para um salão de leitura lotado de clérigos católicos e maçons, Jogand revelou que Diana Vaughan não era ninguém além de sua secretária, e fora isso não havia por que apresentá–la, porque ela nunca tinha sido uma Alta Sacerdotisa dos Paladistas. Na verdade, nunca tinha havido uma Ordem do Palladium. Ele, Gabriel Jogand, fabricara toda a história como uma piada monumental às custas da Igreja. Ele permanecera um anti–clericalista como sempre. Os maçons presentes acharam essa revelação intensamente divertida. Os clérigos católicos não. Felizmente para os proprietários do salão de leitura, a polícia foi chamada antes de uma revolta geral eclodir.

​O sucesso de Jogand se deveu, inicialmente, ao seu faro jornalístico e à credibilidade que ele dispunha como resultado de sua enorme erudição; de todo modo, outro fator significante para seu sucesso foi o astuto recrutamento de um número de colaboradores, de forma estratégica e altamente propositada.

A Deserção de Doinel

​Em 1895, Jules Doinel subitamente renunciou como Patriarca da Igreja Gnóstica, renunciou a sua Loja Maçônica e se converteu ao Catolicismo Romano. Sob o pseudônimo “Jean Kostka”, ele atacou a Igreja Gnóstica, Maçonaria e Martinismo num livro chamado Lúcifer Desmascarado. Nos próximos dois anos, Doinel colaborou com Leo Taxil denunciando as organizações que tanto fizeram parte de sua vida. “Lúcifer desmascarado” provavelmente foi um esforço coletivo; seu estilo remete às mãos de Jogand/Taxil.

​Encausse comentou mais tarde que a Doinel tinha faltado “a necessária educação científica para explicar sem problema a maravilha que o mundo invisível desperdiçou nele”.

​Posteriormente, teorizara Encausse, Doinel se deparou com a escolha entre conversão ou a loucura; e, diz Encausse, “sejamos gratos que o Patriarca da Gnose escolheu a primeira via.”

​A deserção de Doinel foi um sopro devastador para a Igreja Gnóstica, mas ela foi administrada para sobreviver. O controle interino da Igreja foi assumido por uma Assembléia de Bispos, e numa Alta Assembléia em 1896 eles elegeram um de seus bispos, Léonce–Eugène Fabres dês Essarts, conhecido como Tau Synesius, para suceder Doinel como Patriarca.

A Igreja Gnóstica Católica

​Jean Bricaud, tau johannes, foi educado num seminário católico onde estudou para se tornar padre; mas ele renunciou a suas metas religiosas convencionais aos 16 anos a fim de estudar o ocultismo místico. Ele se envolveu com a “Igreja Eliate de Carmel” e o “Trabalho da Misericórdia” fundado em 1839 por Eugéne Vintras (1807 – 1875) e a “A Igreja Joanita dos Cristãos Primitivos”, fundada em 1803 pelo revivalista Templário Bernard–Raymond Fabré–Palaprat (1777 – 1838). Ele conheceu Encausse em 1899 e já tinha se unido à Ordem Martinista.

​Em 1907, com o encorajamento (para não dizer pressão) de Encausse, Bricaud rompeu com Fabres de Essarts para fundar seu próprio ramo da Igreja Gnóstica. Fugarion decidiu se juntar a Bricaud. O motivo primário para esse cisma parece ter sido o desejo de criar um ramo da Igreja Gnóstica cuja estrutura e doutrina fossem mais próximas as da Igreja Católica Romana do que da Igreja Cátara (por exemplo, incluía uma Ordem Sacerdotal e batismo com água), e que fosse mais conectada com a Ordem Martinista. Doinel tinha sido um Martinista, Bricaud foi um Martinista, mas Fabre des Essarts não. Bricaud, Fugarion e Encausse na primeira tentativa nomearam seu ramo da igreja “l’Église Catholique Gnostique” (a Igreja Gnóstica Católica). Ela foi anunciada como sendo uma fusão de três igrejas “gnósticas” da França: a Igreja Gnóstica de Doinel, a Igreja Carmelita de Vintra e a Igreja Joanita de Fabré–Palaprat. Em fevereiro de 1908, a assembléia episcopal da Igreja Gnóstica Católica se reuniu novamente e elegeu Bricaud como Patriarca, como Tau Jean II.

​Após 1907, a fim de distinguir claramente os dois ramos da Igreja Gnóstica, l’Église Gnostique de Fabre des Essarts ficou conhecida genericamente como “l’Église Gnostique de France”.

A Conferência de Paris em 1908

​Em 24 de junho de 1908, encausse organizou uma “Conferência Internacional Maçônica e Espiritualista” em Paris, na qual recebeu, de graça, uma patente de Theodor Reuss (Merlin Peregrinus, 1855 – 1923), líder da O.T.O., para estabelecer um “Supremo Grande Conselho Geral dos Ritos Unificados Antigos e Maçonaria Primitiva para o Grande Oriente da França e suas Dependências em Paris”. No mesmo ano, o nome l’Église Catholique Gnostique foi mudado para “l’Église Gnostique Universelle” (Igreja Católica Universal).

​Cerca de quatro anos depois, dois importantes documentos foram publicados: o Manifesto da M∴M∴M∴ (a M∴M∴M∴ a Seção britânica da O.T.O.), que incluía a “Igreja Gnóstica Católica” na lista de organizações cuja “sabedoria e conhecimento” estavam concentrados na O.T.O.; e a “Edição de Jubileu” de The Oriflamme, o órgão oficial da O.T.O. de Reuss, que anunciava que l’Initiation, periódico de Encausse, era o “Órgão oficial dos Ritos de Memphis e Mizraim e da O.T.O. na França”, com Encausse apontado como editor.

​Os detalhes precisos das transações da conferência de Paris em 1908 são desconhecidos, mas baseando–se no curso dos eventos seguintes, a conclusão lógica é que Encausse e Reuss se comprometeram numa fraterna troca de autoridade: Reuss recebendo autoridade episcopal e de primaz na l’Église Catholique Gnostique e Encausse recebendo autoridade nos Ritos de Memphis e Mizraim. Para seu ramo germânico da Igreja, Reuss traduziu “l’Église Catholique Gnostique” para o alemão como Die Gnostische Katholische Kirche” (GKK); enquanto Encausse, Fugairon e Bricaud mudaram o nome do seu ramo francês da Igreja para “l’Église Gnostique Universelle” (EGU), com Bricaud como Patriarca. Como todas suas outras aquisições organizacionais, Reuss incluiniu GKK sob o guarda–chuva da O.T.O. Da sua parte, Bricaud, Fugarion e Encausse declararam a EGU como igreja oficial do Martinismo em 1911.

A EGU e a Sucessão de Antióquia

​Após assumir o patriarcado da Igreja Católica Universal, Bricaud se tornou amigo do Bispo Louis–Marie–François Giraud (Mgr. François, falecido em 1951), um ex–monge Trapista que traçou sua sucessão episcopal para Joseph René Vilatte (Mar Timotheos, 1854–1929). Vilatte foi um parisiense que emigou para a América cedo em sua vida. Ele foi um duradouro entusiasta religioso, mas foi incapaz de encontrar saciedade nas escrituras da Igreja Romana Católica; então, na América, começou uma busca por um ambiente religioso mais apropriado a sua personalidade e ambições.

​Ele andou de seita em seita, servindo por um tempo como ministro Congregacionalista, mais tarde sendo ordenado ao sacerdócio na cismática seita “Catolicismo Antigo”. Por fim ele obteve consagração episcopal em 1892 pelas mãos do Bispo Antonio Francisco–Xavier Alvarez (Mar Julius I), Bispo da Igreja Síria Jacobita Ortodoxa e Metropolitano da Igreja Católica Independente do Ceilão, Goa e Índia, que em troca recebeu consagração de Pedro Ignatius III, “Pedro o Modesto”, Jacobita Ortodoxo Patriarca de Antióquia. Vilatte consagrou Paolo Miraglia–Gulotti em 1900; Gulotti consagrou Jules–Houssaye (ou Hussay, 1844 – 1912) em 1904; Houssaye consagrou Louis–Marie–François Giraud em 1911, e Giraud consagrou Jean Bricaud em 21 de julho de 1913.

​A consagração foi importante para a igreja de Bricaud porque proveu uma válida e documentada sucessão apostólica episcopal, que foi reconhecida pela Igreja Romana Católica como válida, mas “ilícita” (i.e., espiritualmente eficiente, mas não aprovado e contrária à política da Igreja). A sucessão apostólica foi também amplamente percebida como refletindo uma transmissão de verdadeira autoridade espiritual na corrente Cristã, remetendo até São Pedro; e até mesmo a Melchizedek, o semi–mítico rei–sacerdote de Salém que serviu como sacerdote do patriarca hebreu Abraão. Isso proveu a Bricaud e seus sucessores a autoridade apostólica de administrar sacramentos cristãos; o que era importante, porque muitos dos membros da Ordem Martinista eram da fé católica, mas como membros de uma sociedade secreta estavam sujeitos à excomunhão se suas afiliações Martinistas ficassem conhecidas. A EGU então ofereceu contínua garantia de salvação aos cristãos católicos que eram Martinistas ou desejavam se tornar Martinistas.

​Após a morte de Encausse em 1916, a Ordem Martinista e a seção francesa dos Ritos de Memphis e Mizraim e da O.T.O. foram brevemente liderados por Charles Henri Détre (Teder). Detré morreu em 1918 e foi sucedido por Bricaud.

​Em 15 de maio de 1918, Bricaud consagrou Victor Blanchard (Taus Targelius), que tinha sido secretário de Encausse e Detré. Em 18 de setembro de 1919, Bricaud reconsagrou Theodor Reuss sub conditione (esses termos se referiam a uma consagração que eram na verdade para remediar algum “defeito” numa consagração prévia), porventura dotando ele da sucessão de Antióquia, e apontando ele “Emissário Gnóstico” da EGU para a Suíça.

​Desentendimentos irromperam entre Bricaud e Blanchard acerca da liderança da Ordem Martinista, o que acabou virando uma violenta hostilidade mútua. Blanchard eventualmente rompeu com Bricaud para formar sua própria cismática Ordem Martinista, que seria conhecida como “Ordem Martinista e Sinarquista”. O ramo de Blanchard mais tarde participou da formação de um “conselho ecumênico” de ritos ocultos conhecido pelas iniciais F.U.D.O.S.I., do qual a AMORC de H. Spencer Lewis tirou muito de sua autoridade. Em troca, o ramo de Bricaud, sob seu sucessor Constant Chevillion, juntou–se a R. Swinburge Clymer, adversário Rosacruz de Lewis, para formar um conselho rival chamado F.U.D.O.F.S.I.

​Blanchard consagrou pelo menos cinco outros Bispos Gnósticos sob sua própria autoridade, incluindo Charles Arthur Horwath, que mais tarde reconsagrou, sub conditione, Patrice Genty (Tau Basilide), o último patriarca da l’Église Gnostique de France, que tinha sido previamente consagrado na sucessão espiritual de Doinel por Fabre des Essarts; e Roger Ménard (Tau Eon II), que então consagrou Robert Ambelain (Tau Robert) em 1946. Ambelain procedeu em fundar sua própria Igreja Gnóstica, a Igreja Gnóstica Apostólica, em 1953, o ano da morte de Blanchard.

​Ambelain consagrou pelo menos dez bispos gnósticos na l’Église Gnostique Apostolique, incluindo Pedro Freire (Tau Pierre), Primaz do Brasil; Andre Mauer (Tau Andreas), Primaz de Franche–Comte; e Roger Pommery (Tau Jean), Bispo Titular de Macheronte.

​Bricaud morreu em 21 de fevereiro de 1934 e foi sucedido pelo Patriarca da EGU e como Grande Mestre da Ordem Martinista por Constant Chevillon (Tau Harmonious). Chevillon foi consagrado por Giraud em 1936, que subsequentemente consagrou alguns bispos ele mesmo, incluindo R. Swinburne Clymer em 1938 e Arnoldo Krum–Heller (fundador da Fraternitas Rosacruciana Antiquas e representante da O.T.O. de Reuss para a América do Sul) em 1939. Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo fantoche de Vichy da França ocupada baniu todas as sociedades secretas e em 15 de abril de 1942 a EGU foi oficialmente dissolvida pelo governo. Em 22 de março de 1944, Chevillon foi brutalmente assassinado por soldados da força de ocupação de Klaus Barbie.

​A EGU foi revivida após a Guerra, e em 1945 Tau Renatus foi eleito como sucessor do martirizado Chevillon. Renatus foi sucedido em 1948 por Charles–Henry Dupont (Tau Charles–Henry), que renunciou em 1960 em favor de Robert Ambelain (Tau Jean III), que adquirira considerável proeminência pelos seus escritos. Ambelain finalmente pôs l’Église Gnostique Universelle para descansar em benefício de sua própria “Église Gnostique Apostolique”.

​Tau Jean III foi sucedido como patriarca da l’Église Gnostique Apostolique por André Mauer (Tau Andreas) em 1969, que sucedeu Pedro Freire (Tau Pierre), Primaz da América do Sul, em 1970. No mesmo ano, Freire foi reconsagrado como Mar Petrus–Johannes XIII, patriarca de l’Église Gnostique Catholique Apostolique, por Dom Antídio Vargas da Igreja Católica Apostólica brasileira. Em sua morte em 1978, Freire foi sucedido por Edmond Fieschi (Tau Sialul I), que abdicou como patriarca em benefício de seu auxiliar Fermin Vale–Amesti (Tau Valentinus III), que se recusou a aceitar o cargo: efetivamente colocando l’Église Gnostique Apostolique, bem como a l’Église Gnostique Catholique Apostolique para descansar como organizações internacionais. Um ramo norte–americano autocéfalo de l’Église Gnostique Catholique Apostolique sobreviveu sob a liderança do Primaz Roger Saint–Victor Hérard (Tau Charles), que consagrou alguns bispos, mas morreu em 1989 sem apontar um sucessor. Muitos bispos de Hérard estão ainda em atividade nos Estados Unidos.

A GKK e a E.G.C.

​Aleister crowley (1875 – 1947) juntou–se a O.T.O. de Reuss como um VII° em 1910 (naquele tempo, qualquer 33°do Rito Escocês da Maçonaria poderia se juntar a O.T.O. no VII° Grau.) Em primeiro de junho de 1912, Crowley recebeu de Reuss o IX° e seu apontamento como Grande Mestre Nacional para a Irlanda, Iona e toda Grã–Bretanha (a Seção Britânica da O.T.O. era chamada “Mysteria Mystica Maxima”, ou M∴M∴M∴), assumindo o nome “Baphomet” como seu título mágicko. No ano seguinte, ele publicou o Manifesto da M∴M∴M∴, que incluía a Igreja Gnóstica Católica na lista de organizações cuja “sabedoria e conhecimento” estavam concentrados na O.T.O.

​Crowley também escreveu Liber XV: a Missa Gnóstica em 1912. Liber XV foi primeiro publicado em 1918 em The International, então de novo em 1919 em The Equinox, vol. III, No. 1 (o “Equinócio Azul”) e finalmente em 1929/30 no VI Apêndice de Magick na Teoria e Prática. O nome em latim Ecclesia Gnostica Catholica (E.G.C.) foi cunhado por Crowley em 1913 quando ele escreveu o Liber XV.

​No capítulo 73 do Confissões de Aleister Crowley, ele atesta que escreveu a Missa Gnóstica como “Ritual da Igreja Gnóstica Católica”, que ele preparou para o “uso da O.T.O., a cerimônia central de suas celebrações públicas e privadas, análoga à Missa da Igreja Católica Romana”. É evidente que Crowley viu a Igreja Gnóstica Católica e a O.T.O. como inseparáveis, particularmente em relação ao IX° da O.T.O., no qual Crowley havia sido iniciado no ano antes de escrever a Missa Gnóstica e cujo nome é “Soberano Santuário da Gnose”.

​Em 1918, Reuss traduziu a Missa Gnóstica de Crowley para o alemão, fazendo algumas modificações editoriais, e a publicou sob os auspícios da O.T.O. Em sua publicação da Missa Gnóstica, Reuss listou Bricaud como Soberano Patriarca da l’Église Gnostique Universelle, e ele mesmo tanto como Emissário Gnóstico para a Suíça, como Soberano Patriarca e Primaz Die Gnostische Katholische Kirche, um título que deve ter sido recebido na conferência de 1908 em Paris.

​A Missa Gnóstica de Crowley, a parte suas várias semelhanças estruturais com a Missa da Igreja Católica Romana, é expressamente um ritual Thelêmico ao invés de um cristão. A tradução de Reuss preservou a essência do caráter Thelêmico/Gnóstico do ritual, embora indicasse que o entendimento de Reuss sobre Thelema divergia de algum modo do de Crowley. A publicação de Reuss da Missa Gnóstica foi significante por duas razões: isto representou a declaração de independência da Ecclesia Gnostica Catholica da Église Gnostique Universelle, e representou a aceitação formal pela igreja da Lei de Thelema em seu mais alto nível.

A E.G.C. moderna

A E.G.C. nos Dias de Hoje

​Após Reuss, a sucessão da liderança da Igreja Gnóstica Católica thelêmica da O.T.O. passou para seu sucessor como Cabeça Externa da Ordem (O.H.O.), Aleister Crowley; cuja ascensão em 1922 restaurou a versão original da Missa Gnóstica. Crowley aparentemente celebrou a Missa Gnóstica algumas vezes em sua Abadia de Thelema em Cefalú, Sicília. Ele também fez um áudio gravando a Missa Gnóstica em algum momento dos anos 30, com uma cantora chamada Dolores Sillarno cantando as falas da Sacerdotisa; mas aparentemente apenas porções dessa gravação sobreviveram.

​Não está claro sequer se Charles Stansfeld Jones (1886 – 1950), que serviu como Grande Mestre X° para a América do Norte tanto sob Reuss como Crowley, celebrou a Missa Gnóstica como parte de suas atividades da O.T.O. Contudo, um de seus membros da Loja Agapé em Vancouver, Columbia Britânica, foi um homem chamado Wilfred T. Smith (1887 – 1957). Smith se mudou para o sul da Califórnia nos anos 20 e em 1930 começou a reunir um grupo de trabalhos da O.T.O. em Hollywood. No ano seguinte, Crowley apontou Smith como Grande Mestre Nacional X° para os Estados Unidos. A Missa Gnóstica foi celebrada todo domingo à noite na Loja Agapé por Smith e a Sacerdotisa Regina Kahl (1891 – 1945) de 1933 até 1942, quando a Loja se mudou para um novo local em Pasadena, California. Jane Wolf (1875–1958), que estudou pessoalmente com Crowley durante os anos 20 em Cefalú, auxiliou Smith e Kahl no desenvolvimento de uma performance padrão para a Missa Gnóstica, e frequentemente atuou como Diaconesa na cerimônia.

​Crowley morreu em 1947 e foi sucedido como O.H.O. por Karl Germer (Saturnus, 1885 – 1962). Durante a posse de Germer como O.H.O., o único grupo a realizar regularmente a Missa Gnóstica foi a O.T.O. suíça sob tutela de Hermann Metzger (1919 – 1990), que começou a celebrar a Missa Gnóstica nos anos 50 em seu templo em Stein. Germer morreu em 1962 sem nomear um sucessor. A O.T.O. estava adormecida nos EUA de 1962 a 1969, quando Grady McMurtry (Hymenaeus Alpha, 1918 – 1985), o último oficial nas fileiras da O.T.O. Internacional que permanecia ativo, exerceu poderes de emergência garantidos por ele nos anos 40 por Crowley e assumiu o cargo de “Califa” e O.H.O. da O.T.O. Em julho de 1977, Hymenaeus Alpha e os membros da revivida O.T.O. formalmente celebraram a Missa Gnóstica – a primeira vez nos EUA desde os dias da Loja Agapé.

​Diferente de outras organizações rodeadas pela O.T.O., a E.G.C. tem seu próprio ritual publicado, que poderia ser praticado à parte do contexto da estrutura iniciática da O.T.O. A Missa Gnóstica tem seus próprios oficiais. Embora o ritual evoque o uso de sinais de vários graus da O.T.O., os Oficiais não têm uma correlação imediata com os graus da O.T.O. Liber XV também se refere a administração de outros ritos sacramentais como batismo, confirmações, casamentos e ordenação clerical. A E.G.C. poderia, teoricamente, operar independente da O.T.O. Em 1979, sob Hymenaeus Alpha, uma corporação religiosa não–lucrativa independente da O.T.O. foi estabelecida com o nome “Ecclesia Gnostica Catholica”. Essa foi uma bem–intencionada mas breve tentativa de espalhar Thelema a um público maior do que se acreditava que a O.T.O. poderia fazer. A E.G.C. desenvolveu suas próprias políticas e procedimentos para batismos, confirmações e ordenações (que são aludidos no Liber XV), e sua própria hierarquia de Bispos, Sacerdotes, Sacerdotisas, Exorcistas, Noviços e Diáconos, largamente baseado nas tradições da Igreja Romana Católica. Entre o outono de 1984 e o outono de 1985, a E.G.C. independente produziu quatro números de uma publicação chamada Ecclesia Gnostica.

​Grady McMurtry morreu em 1985 e, de acordo com sua vontade, seu sucessor foi eleito por votação do Soberano Santuário da Gnose, os membros de IX° da O.T.O. Seu sucessor assumiu o nome mágicko de “Hymenaeus Beta”. Quando Hymenaeus Beta assumiu o cargo, ele percebeu que a divergência entre os caminhos da E.G.C. e da O.T.O. iria no fim das contas ser pouco saudável para o desenvolvimento de Thelema. A O.T.O. requeria o foco e a abertura da estrutura social oferecida pela celebração da Missa Gnóstica, e a E.G.C. requeria a perspectiva e os ensinamentos esotéricos do sistema iniciático da O.T.O. Hymenaeus Beta dissolveu a corporação E.G.C. em 1985 e em 1987 reintegrou a E.G.C. na O.T.O., especificando por estatuto que a E.G.C. deveria ser uma seção da afiliação da O.T.O. considerada “Afiliação Eclesiástica”, que consistiria nos Bispos da E.G.C. Uma vez que se acreditava naquela altura que células da Igreja Gnóstica Católica existiriam fora da O.T.O., provisões foram incluídas no Estatuto que permitiam que Bispos de tais ramos se afiliassem a O.T.O. como membros eclesiásticos sob mútuo reconhecimento.

​Os membros eclesiásticos foram autorizados a exercer seus “tradicionais” poderes episcopais com pouca interferência. A nova E.G.C., consistindo nos membros eclesiásticos da O.T.O., publicou quatro números de um periódico chamado Gnostic Gnews entre dezembro de 1988 e setembro de 1989.

​Quando a E.G.C. se converteu do Cristianismo para Thelema, ela deixou de ser uma instituição dedicada a administrar sacramentos cristãos. Consequentemente, uma válida sucessão apostólica não tinha mais relevância crítica. A sucessão apostólica tradicional pode ter sido de algum interesse ou valor para a E.G.C. thelêmico como um aspecto histórico de tradições herdadas da Igreja Gnóstica Francesa pré–thelêmica, e uma forma de sucessão simbólica dos grandes sistemas Cristãos, Hebraico e Pagão do passado; de todo modo, para uma igreja com o propósito de representar uma religião Thelêmica, uma sucessão “apostólica” ou sacerdotal do Profeta de Thelema é bem mais relevante, puramente num sentido espiritual e teológico, do que uma sucessão dos apóstolos dos “Pálidos Galileus”.

​De todo modo, foi comumente aceito na E.G.C. sob Hymenaeus Alpha, e por um tempo também sob Hymenaeus Beta, que uma sucessão apostólica tradicional válida aumentaria o prestígio da E.G.C. e a ajudaria a ganhar reconhecimento de autoridades civis. Tentativas foram feitas para demonstrar que o próprio Crowley possuía uma sucessão apostólica válida na linha de Vilatte através de Theodor Reuss (ele quase certamente não tinha), e tentativas posteriores foram feitas para fortalecer a sucessão apostólica tradicional da E.G.C. trazendo para dentro dela linhas de sucessão adicional de outras fontes. Alguns membros da O.T.O. foram reconhecidos como Bispos da E.G.C. após receberem consagrações de Bispos fora da E.G.C., e certamente Bispos de outros ramos da Igreja Gnóstica foram reconhecidos como Membros Eclesiásticos da O.T.O. Um número de artigos das várias supostas linhas da sucessão apostólica tradicional da E.G.C. foram publicadas na Gnostic Gnews.

​Infelizmente, a ênfase na sucessão apostólica e na semi–autoridade dos Bispos resultou numa erosão do controle central. Passou a ser amplamente acreditado que a sucessão apostólica tradicional, que pode ser passada de um indivíduo para o outro simplesmente com um pousar de mãos, era suficiente para se tornar Bispo da E.G.C. A função prática dos Bispos como administradores da Igreja e fiscalizadores dos ritos estava se tornando ofuscada pela mística da sucessão apostólica, e um número de indivíduos desqualificados foram consagrados “bispos” sem o requisito da notificação ou preparação. Então, ao mesmo tempo, do lado de fora, críticas começaram a criar sérias dúvidas sobre a validade técnica da corrente da sucessão apostólica tradicional na E.G.C. Também, com a Afiliação Eclesiástica limitada a Bispos, o cargo de Sacerdotes, Sacerdotisas e Diáconos como representantes visíveis da E.G.C. era desvalorizado. Alguns Sacerdotes e Sacerdotisas eram ordenados sem precisar de muito mais do que já ter assistido uma Missa Gnóstica. A igreja estava diante de uma crise de identidade e estava em pauta um fundamental recesso de sua estrutura, sua relação com a O.T.O., o papel de seus oficiais e a relevância da sucessão apostólica tradicional e outros resíduos de instituições pré–Thelêmicas.

​No outono de 1990, Hymenaeus Beta suspendeu a consagração de Bispos da E.G.C. até que pudessem ser desenvolvidas políticas que estabelecessem qualificações formais para ser Membro Eclesiástico. Isso completou–se no outono de 1991 pela adoção da política que expandiu a definição de Membro Eclesiástico incluindo Sacerdotes, Sacerdotisas e Diáconos, e que requeria que os oficiais ordenados da E.G.C. fossem iniciados em graus específicos na O.T.O. Diáconos precisavam ser pelo menos I° Grau da O.T.O. e portanto membros plenos da Ordem; Sacerdotes e Sacerdotisas precisavam ser iniciados no grau de KEW (Knight of East and West – Cavaleiro do Leste e Oeste, entre o IV° e o V°), o primeiro grau na série da O.T.O. cuja admissão é apenas por convite; e Bispos precisavam ser pelo menos VII°, o que lhes dava poder de iniciar ao grau KEW e portanto consagrar Sacerdotes e Sacerdotisas.

​Em 1993, um esboço de um ritual Thelêmico de batismo escrito por Aleister Crowley foi descoberto e foi incorporado no sistema da E.G.C. Em março de 1996, Frater Sabazius X° foi feito Primaz da E.G.C. para os EUA; e essa expansão e progresso seguem até os dias presentes, com Tau Sanguinus sendo feito Primaz da E.G.C. para a Grã–Bretanha e Irlanda do Norte em maio de 2005, e Frater Shiva X° sendo apontado Primaz da E.G.C. para a Austrália em abril de 2006.

​Como a asa litúrgica e ministerial da Ordo Templi Orientis, a Igreja Gnóstica Católica continua a desenvolver e evoluir com o crescimento de seus membros, o acréscimo criativo de seus oficiais e a progressiva manifestação da egrégora Thelêmica–Gnóstica. O processo não será sem dificuldade, mas, parafraseando Liber Librae, em testes e problemas está a Força, e por estes meios há um caminho aberto para a Luz.

Referências

Fontes

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